Preços de alimentos sobem e da gasolina cai. ‘Prévia’ mostra inflação sob controle
IPCA-15 de janeiro foi menor que o de 2023. Com isso, índice acumulado em 12 meses diminuiu para 4,47%
São Paulo – A primeira divulgação de inflação em 2024 mostra que o comportamento dos preços segue controlado: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,31% em janeiro, abaixo tanto de dezembro como de igual mês do ano passado. Com isso, o acumulado em 12 meses diminuiu de 4,72% para 4,47%. Pelos resultados divulgados na manhã desta sexta-feira (26) pelo IBGE, os alimentos tiveram alta, enquanto os combustíveis registraram queda.
Assim, a principal alta e também o maior impacto foi do grupo Alimentação e Bebidas: 1,53% e 0,32 ponto percentual, respectivamente. Ou seja, apenas esse grupo foi praticamente responsável por todo o resultado de janeiro. A alimentação no domicílio subiu 2,04%.
Entre outros, o IBGE destaca o aumento de produtos como batata inglesa (25,95%), tomate (11,19%), arroz (5,85%), frutas (5,45%) e carnes (0,94%). Já a alimentação fora do domicílio (0,24%) subiu menos do que em dezembro, assim como refeição (0,32%) e lanche (0,16%).
Gasolina e etanol: queda
Por outro lado, o grupo Transportes teve variação de -1,13% (e impacto de -0,24 ponto). O maior impacto foi da passagem aérea: -15,24% e -0,16 ponto. Nos combustíveis (-0,63%), o IBGE apurou queda nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%), enquanto o gás veicular teve alta (2,34%).
Ainda de acordo com o instituto, o subitem táxi registrou aumento de 0,69%, com reajustes no Rio de Janeiro e em Salvador. Já a variação de -3,81% do ônibus urbano refletiu reajuste em Belo Horizonte e redução em São Paulo, onde em dezembro começou a ser aplicada tarifa zero em domingos e feriados. Mas, também em São Paulo, houve reajuste nas tarifas de trem e metrô (altas de 6,36%) a partir do dia 1º. “Por conta dos reajustes mencionados, a integração transporte público caiu 11,56% nessa área”, informa o instituto.
Planos de saúde têm impacto na inflação, ao contrário da energia
O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve alta de 0,56%. O resultado foi influenciado pelos planos de saúde (0,77%) e itens de higiene pessoal (0,58%). O IBGE cita desodorante, produtos para pele e perfumes.
Por sua vez, o grupo Habitação variou 0,33%. A energia elétrica residencial caiu 0,14%, com “incorporação de alterações nas alíquotas de ICMS” em Recife, Fortaleza e Salvador. Também houve “apropriação residual” de um reajuste em concessionária de Porto Alegre, onde o IBGE apurou alta.
Ainda nesse grupo, a taxa de água e esgoto subiu 0,56%, após reajustes aplicados em Belém, Belo Horizonte e Porto Alegre. O gás encanado também subiu (1,01%), com aumentos em São Paulo, no Rio e Curitiba.
Índices regionais
Entre as áreas pesquisadas, o IPCA-15 mensal variou de -0,41% (Brasília) a 0,88% (Belo Horizonte). No acumulado em 12 meses, vai de 3,31% (Recife) a 4,97% (também Belo Horizonte). Em São Paulo, o índice foi de 0,10% em janeiro e 4,51% no total.
Os preços coletados referem-se ao período entre 15 de dezembro e 14 de janeiro. O IPCA e o INPC do primeiro mês do ano, que pegam os resultados “cheios”, serão divulgados em 8 de fevereiro. (RBA)
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