Brasil quebrado? Mais cortes e privatizações não vão levar ao crescimento

Economista Marcio Pochmann (Unicamp) critica proposta do governo em aprofundar receituário neoliberal como suposta alternativa para país sair da crise e criar empregos

Economista Marcio Pochmann (Unicamp) critica proposta do governo em aprofundar receituário neoliberal como suposta alternativa para país sair da crise e criar empregos

Em seu primeiro dia de trabalho em 2021, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira (5), que “o Brasil está quebrado” e que ele não consegue “fazer nada”. Além disso, também atribuiu a alta do desemprego à falta de formação do brasileiro. “Uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada”, afirmou.

Para o economista Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a declaração do presidente de que o Brasil está quebrado é uma espécie de “sincericídio”, ao apontar a inviabilidade do país, em termos econômicos.

Esse tipo de medida foi defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que tentou justificar a declaração do seu chefe. Segundo ele, a fala de Bolsonaro revelava compromisso com a “responsabilidade fiscal”. E prometeu mais cortes e privatizações em 2021.

Segundo o economista da Unicamp, esse tipo de declaração também serve para justificar o fim das políticas de estímulo, adotadas em 2020 para combater os efeitos da pandemia. Com o fim do auxílio emergencial e do programa de manutenção do emprego, qualquer eventual recuperação da economia será ainda mais difícil em 2021.

“O fato é que, em 2021, dificilmente a gente vai voltar a recuperar a economia, porque esses mecanismos que foram muito importantes possivelmente não estarão presentes”. No entanto, se tratam de “medidas paliativas”, que não são capazes de garantir desenvolvimento no longo prazo.

Saídas

Pochmann destacou que o país completou seis anos sem crescimento econômico expressivo. E, entre 2014 e 2019, foram perdidos mais de 2 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. A saída, segundo ele, é um plano de desenvolvimento, tendo o setor industrial como “coluna vertebral”. Segundo Pochmann, um país de mais de 200 milhões de habitantes não pode ficar dependente do agronegócio.

(RBA)


Em seu primeiro dia de trabalho em 2021, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira (5), que “o Brasil está quebrado” e que ele não consegue “fazer nada”. Além disso, também atribuiu a alta do desemprego à falta de formação do brasileiro. “Uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada”, afirmou.

Para o economista Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a declaração do presidente de que o Brasil está quebrado é uma espécie de “sincericídio”, ao apontar a inviabilidade do país, em termos econômicos.

Esse tipo de medida foi defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que tentou justificar a declaração do seu chefe. Segundo ele, a fala de Bolsonaro revelava compromisso com a “responsabilidade fiscal”. E prometeu mais cortes e privatizações em 2021.

Segundo o economista da Unicamp, esse tipo de declaração também serve para justificar o fim das políticas de estímulo, adotadas em 2020 para combater os efeitos da pandemia. Com o fim do auxílio emergencial e do programa de manutenção do emprego, qualquer eventual recuperação da economia será ainda mais difícil em 2021.

“O fato é que, em 2021, dificilmente a gente vai voltar a recuperar a economia, porque esses mecanismos que foram muito importantes possivelmente não estarão presentes”. No entanto, se tratam de “medidas paliativas”, que não são capazes de garantir desenvolvimento no longo prazo.

Saídas

Pochmann destacou que o país completou seis anos sem crescimento econômico expressivo. E, entre 2014 e 2019, foram perdidos mais de 2 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. A saída, segundo ele, é um plano de desenvolvimento, tendo o setor industrial como “coluna vertebral”. Segundo Pochmann, um país de mais de 200 milhões de habitantes não pode ficar dependente do agronegócio.

(RBA) – Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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