Alguns destaques da CCT Panificaçã
Submetidas à dupla jornada de trabalho, em casa e para terceiros, mulheres também têm acesso ao trabalho mais precário
Encabeçada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a “reforma” da Previdência que vem sendo desenhada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) irá ampliar a pobreza no país e tornará quase impossível a aposentadoria, em especial das mulheres. O alerta é da coordenadora de Pesquisas e Tecnologia do Dieese, Patrícia Pelatieri, que avaliou o texto preliminar “vazado” nesta semana, que estabelece como idade mínima de 65 anos tanto para homens como para mulheres, além da necessidade de 40 anos de contribuição para receber o benefício de forma integral.
No caso das mulheres, a preocupação é quanto à falta de debate sobre as especificidades dessa parcela da população que tem mais dificuldades no acesso ao mercado de trabalho formal do que os homens.
“Nós não podemos tratar de forma igual o que, na realidade, é muito desigual”, afirma, na mesma reportagem, a integrante da Marcha Mundial das Mulheres Maria Fernanda Marcelino, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT. Ela destaca a dupla jornada de trabalho das mulheres, que muitas vezes precisam se dividir entre o trabalho domiciliar e para terceiros.
Para além desses pontos, a coordenadora de pesquisas do Dieese também ressalta de forma crítica a capitalização da Previdência que, como uma caderneta de poupança, prevê que cada trabalhador deposite parte do salário em contas bancárias individuais. “Esse sistema veta a participação do Estado nesse sistema de capitalização”, adverte Patrícia.