Com aumento no preço dos combustíveis e da energia, inflação oficial acelera
Resultado foi o maior para julho desde 2016. Agora, IPCA soma 2,31% em 12 meses. Seis dos nove grupos que compõem o índice tiveram alta no mês passado
São Paulo – Com altas em itens como combustíveis e energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,36%, a maior alta para julho desde 2016, segundo o IBGE. Com o resultado divulgado nesta sexta-feira (7), o indicador oficial da inflação soma 0,46% no ano e 2,31% em 12 meses.
O instituto ressalva que desde 18 de março suspendeu a coleta presencial de preços. Desde então, isso passou a ser feito via internet, por telefone ou e-mail.
Seis dos nove grupos que compõem o índice tiveram alta no mês passado. Com variação de 0,78%, Transportes representou quase metade do resultado de julho: impacto de 0,15 ponto percentual. Logo em seguida, Habitação, grupo de maior peso, representou 0,13 ponto – aumento de 0,80% no mês. A maior variação percentual foi dos Artigos de Residência (0,90% e 0,03 ponto), com influência de artigos de TV, som e informática.
Gasolina e álcool
O preço da gasolina subiu 3,42%, em média, com impacto de 0,16 ponto no IPCA de julho. Também tiveram alta o óleo diesel (4,21%), o etanol (0,72%) e o gás veicular (0,56%). O IBGE cita ainda o metrô (0,94%), por causa de reajuste aplicado em junho no Rio de Janeiro. Por outro lado, registraram queda os itens transporte por aplicativo (-8,17%) e passagem aérea (-4,21%), cada qual com impacto de -0,01 ponto.
No grupo Habitação, a energia elétrica teve aumento médio de 2,59%. Treze das 16 regiões pesquisadas registraram altas, com reajustes de tarifas, como em São Paulo (4,49%). A taxa de água e esgoto variou 0,02% e o gás encanado, -0,01%.
Alimentação e Bebidas também ficou perto da estabilidade (0,01%), mas o consumo no domicílio teve alta de 0,14%, com destaque para o aumento de 3,68% no preço das carnes, que representou 0,09 ponto no IPCA mensal. Também subiram os preços do leite longa vida (3,79%), arroz (2,20%) e frutas (1,09%). Entre as quedas, batata inglesa (-24,79% e -0,06 ponto), cenoura (-20,67%) e tomate (-16,78%).
Comer fora de casa ficou 0,29% mais barato. O preço do lanche caiu 0,86% e o da refeição, 0,06%.
Roupas e bijuterias
Dos grupos que registraram queda em julho, o IBGE destaca Vestuário (-0,52%), com a terceira retração seguida. Caíram os preços de roupas masculinas (-1,40%) e femininas (-0,61%), além de calçados e acessórios (-0,31%). Aumentou o preço médio das roupas infantis (0,18%) e de joias e bijuterias (1,04%, acumulando 7,61% no ano).
As 16 áreas pesquisadas tiveram alta. O IPCA variou de 0,21%, na região metropolitana de Vitória, a 0,75%, no município de Rio Branco. Na Grande São Paulo, a taxa foi de 0,24%. Em 12 meses, o índice vai de 1,41% (Porto Alegre) a 3,38% (Fortaleza), somando 2,62% em São Paulo, 2,09% no Rio e 1,76% em Brasília.
INPC também sobe
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,44%, também no maior resultado para julho desde 2016. Está acumulado em 0,80% no ano e 2,69% em 12 meses.
Segundo o IBGE, os produtos alimentícios subiram 0,14%, ante 0,37% no mês anterior. E os não alimentícios, no sentido inverso, foram de 0,28% para 0,53%. (RBA)