Congresso Nacional inicia trabalho com anúncio de reformas e privatizações
Os trabalhos oficiais na Câmara dos Deputados e no Senado foram iniciados nessa segunda-feira (4), em Brasília. Os presidentes das duas casas, o deputado federal Rodrigo Maia e o senador Davi Alcolumbre, ambos do DEM, junto aos representantes do governo Bolsonaro, afirmaram que o país priorizará passar por privatizações e reformas, como a da Previdência.
O objetivo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ficou evidente na mensagem enviada ao Congresso. Por meio de uma carta, disse que usará a “reforma” da Previdência Social como principal estímulo para a retomada do crescimento econômico do Brasil. O projeto prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem.
A mensagem do Executivo também não foi amistosa e atacou os governos de Lula e Dilma. O deputado federal Enio Verri (PT-PR) defendeu a legenda. “Ele diz que foi um governo que criou uma corrupção continental, não atendeu às minorias e que o país está pobre. Isso é um conjunto de mentiras deslavadas, por que as pessoas sabem que tinham dinheiro no nosso governo”, afirma, em entrevista ao repórter Uélson Kalinovski, da TVT.
O discurso do Planalto disse que há a necessidade de se avançar em políticas de segurança pública. Entretanto, para o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ), as pautas sociais serão uma cortina de fumaça para justificar o desmonte do Estado. “Eles trazem uma agenda policial para esconder a agenda impopular de Guedes e Bolsonaro sobre privatizações e reforma da Previdência”, diz.
Os discursos de Maia e Alcolumbre também tiveram como tema principal as reformas e, entre elas, a do Estado, com menor participação pública e avanço do setor privado. Em sua fala, o presidente da Câmara ressaltou a necessidade de os estados reformarem os regimes próprios de Previdência para enfrentar as dificuldades de caixa dos governos.
“O modelo de reforma da Previdência de Paulo Guedes é o mesmo aplicado no Chile. Hoje, o Chile é o país com alto índice de suicídios entre aposentados”, critica Enio Verri.