Corte no mercado formal atingiu vendedores, mulheres, ensino médio e faixa etária mais alta

O fechamento de quase 1,1 milhão de postos de trabalho formais neste ano, conforme divulgado na última sexta-feira (21), em que pese o resultado positivo de julho, atingiu alguns segmentos com mais intensidade. De acordo com os dados do “novo” Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, o corte foi mais profundo, em números absolutos, entre mulheres. trabalhadores com ensino médio, de faixas etárias mais elevadas e no setor de serviços.

No recorte por idade, por sinal, os jovens foram os únicos que tiveram crescimento de janeiro a julho. O que pode indicar, também, abertura de vagas menos qualificadas. O saldo é de 90.921 para a faixa até 17 anos e de 21.082 empregos com carteira de 18 a 24 anos. No intervalo de 30 a 39, foram fechados 366.425 postos de trabalho. De 40 a 49, menos 264.265. E de 50 a 64 anos, perda de 328.988.

Das vagas eliminadas neste ano, mais da metade (594.617) é de trabalhadores com ensino médio completo, segundo o Caged. Houve redução em todas os níveis de escolaridade. Do total de empregos perdidos, 53,5% (584.868) são mulheres.

Comércio demite vendedores
Entre os setores, o grupo de serviços que inclui vendedores em lojas e mercados cortou 633.221 vagas, com 2,074 milhões de contratações e 2,707 milhões de demissões. Em seguida, a área de serviços administrativos fechou 265.183.

No total de 2020, o país registra 7.821.801 admissões e 8.914.379 desligamentos, resultando em menos 1.092.578 empregos com carteira. Nos últimos meses, chamou a atenção a queda no ritmo de demissões. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, analistas citaram algumas hipóteses: efeito de medidas emergenciais, demora na coleta de informações e mesmo subnotificação.

(Vitor Nuzzi/RBA)

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