Pandemia aumenta fortuna de ricos
Os efeitos danosos da pandemia, como desemprego e falência passaram longe dos milionários. Enquanto o Brasil teve mais de 600 mil micro e pequenas empresas que fecharam as portas, e hoje tem 15 milhões de desempregados e 40 milhões na informalidade, o dinheiro continua sobrando na conta dos ricos. Muitos desses brasileiros são compradores de títulos públicos do governo, ao fazer suas aplicações no sistema financeiro.
Segundo pesquisa da Bloomberg nos Estados Unidos, da lista dos 500 mais ricos do mundo, nove brasileiros estão na lista das pessoas que ganharam muito dinheiro nesta pandemia. Um deles é Jorge Paulo Lemann, entre outras empresas dono da AmBev, com patrimônio de US$23,8 bilhões e que aumentou em 2020 US$ 252 milhões em relação a 2019.
Outros oito brasileiros figuram entre os 500 mais ricos, sendo quatro da família Moreira Salles. São eles: Eduardo Saverin (14,8 bilhões), Jorge Moll (14, 3 bilhões), Marcel Telles (11,3 bilhões), Carlos Sicupira (10 bilhões), Pedro Moreira Salles (5,67 bilhões), João Moreira Salles (5,23 bilhões), Fernando Moreira Salles (5,23 bilhões) e Walter Salles (5,23 bilhões).
No Brasil, um grupo de bilionários detém uma fortuna de R$ 176,1 bilhões, que cresceu quase 99% quando comparado com 2009. Só com o dinheiro gasto até julho de 2020, o governo brasileiro desembolsou R$ 166,9 bilhões para o Auxílio Emergencial, segundo dados a Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.
Ou seja, o valor acumulado pelos bilionários brasileiros seria suficiente para pagar o Auxílio Emergencial para toda a população brasileira (209 milhões de pessoas) durante um mês. Ou bancaria a compra de 4,5 milhões de pacotes inflacionados de arroz, ao preço de R$ 40 por cinco quilos.