‘Prévia’ tem deflação e indica economia estagnada. Mas preços dos alimentos não param de subir
Apenas o leite longa vida acumula aumento de 80% neste ano. Preços dos combustíveis caem
São Paulo – “Prévia” da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve deflação em agosto (-0,73%), registrando a menor taxa da série histórica, segundo divulgou o IBGE nesta quarta-feira (24). Com esse resultado, que pode indicar uma economia estagnada, o IPCA-15 soma 5,02% no ano e 9,60% em 12 meses – e se mantém acima de dois dígitos em quatro regiões. A queda neste mês se deve em grande medida à redução do preço dos combustíveis. Mas os alimentos seguem em alta.
Assim, por exemplo, comer fora de casa ficou 0,80% mais caro neste mês, ainda que com alta menos intensa do que em julho (1,27%). De acordo com o IBGE, o preço do lanche fora do domicílio aumentou 0,97% e o da refeição, 0,72%.
Leite, queijo, frutas, frango
O grupo Alimentação e Bebidas subiu 1,12% em agosto, com influência, principalmente, do leite longa vida. Com aumento de 14,21%, esse item, sozinho, teve impacto de 0,14 ponto percentual no resultado geral. No acumulado do ano, o leite acumula alta de 79,79%. Além dele, subiram de preço itens como frutas (2,99%), queijo (4,18%) e frango em pedaços (3,08%). No geral, a alimentação no domicílio teve aumento de 1,24% em agosto.
Já o grupo Transportes caiu 5,24%. Devido, principalmente, à queda no preço dos combustíveis (-15,33% em agosto), que até pouco antes do período eleitoral o governo dizia não ter como interferir. O preço médio da gasolina recuou 16,80%, com impacto de -1,07% no IPCA-15. O IBGE apurou ainda quedas no etanol (-10,78%), gás veicular (-5,40%) e óleo diesel (-0,56%). Ainda nesse grupo, a passagem aérea caiu 12,22%, após quatro altas seguidas. Mas continuaram aumentando os preços de veículos próprios (0,83%), motocicleta (0,61%), automóvel novo (0,30%) e usado (0,17%).
Energia cai, água sobe
Já no grupo Habitação, que também teve queda no mês (-0,37%), o resultado se deve à redução nos preços de energia elétrica residencial (-3,29%, em média). Por outro lado, a taxa de água e esgoto subiu 0,52% e o custo do gás encanado teve leve alta, de 0,07%. Em Comunicação (-0,30%), o IBGE apurou redução nos planos de telefonia fixa (-2,29%) e móvel (-1,04%).
A alta em Saúde e Cuidados Pessoais (0,81%) teve influência dos planos de saúde, com aumento médio de 1,22%. Itens de higiene pessoal também aumentaram: 1,03%. Já em Despesas Pessoais (0,81% de alta e impacto de 0,08 ponto no mês), o instituto destaca os itens empregado doméstico (0,80%) e cigarro (3,32%).
Outro grupo com alta foi Educação: 0,61%. “Os cursos regulares subiram 0,52% principalmente por conta dos subitens creche (1,47%),ensino fundamental (0,71%) e ensino superior (0,44%)”, informa o IBGE. O item cursos diversos aumentou 1,18%, com altas em cursos de idiomas (2,15%) e preparatórios (2,04%).
Variações regionais
Todas as 11 áreas pesquisadas tiveram variação negativa, relata o IBGE. A menor taxa foi registrada na região metropolitana de Belo Horizonte (-1,58%) e a maior, na Grande São Paulo (-0,11%). No acumulado em 12 meses, o índice vai de 7,20% (Belém) a 10,88% (Salvador), somando 10,39% em São Paulo e 10,17% no Rio de Janeiro, além de 10,07% na Grande Curitiba.
O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 9 de setembro.
(RBA)-Foto Divulgação