Variante delta predomina em amostras colhidas no Rio
Capital fluminense registrou aumento de internações nas últimas semanas. Sequenciamento genômico mostra que variante delta é identificada em 56,6% das amostras do vírus
São Paulo – A variante delta predominou nas amostras colhidas na cidade do Rio de Janeiro, sendo identificada em 56,6% dos testes. As informações foram divulgadas, no último domingo (15), pelo secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, por meio de sua rede social.
“Recebemos novos resultados de sequenciamento genômico dos Laboratórios LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) e UFRJ/LVM (Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ) que se somam aos demais resultados, demonstrando que a variante delta foi identificada em 56,6% das amostras colhidas no último mês. Evite se expor desnecessariamente, e use máscara”, postou Soranz.
No mesmo dia, o secretário já havia afirmado, em entrevista ao canal GloboNews, que as internações pela covid-19 aumentaram em 10% na cidade, e que a variante Delta “tem contaminado famílias inteiras no Rio”. De acordo com ele, a cidade tem “180 pacientes que tiveram covid-19 e ainda se mantêm internados” por conta das sequelas. “A gente tem uma taxa de ocupação relativamente alta nesse momento e pode ser que a gente tenha um aumento ainda maior”, alertou.
No último dia 29, a Prefeitura do Rio anunciou um plano gradual de flexibilização das medidas de restrição na cidade, através de três etapas, de 2 de setembro até 15 de novembro. A primeira etapa prevê a reabertura de estádios de futebol e boates com 50% do público. O prefeito Eduardo Paes (PSD), inclusive, disse que a reabertura será acompanhada de uma celebração de quatro dias, entre 2 e 5 de setembro, em toda a cidade.
Risco da reabertura
Em entrevista aos Jornalistas Livres, na última sexta-feira (13), o cientista Miguel Nicolelis criticou o relaxamento das restrições e reabertura de eventos com aglomerações. Ele alerta que a variante delta tem preocupado outros países, enquanto o Brasil age na contramão.
“É surreal. Há uma incógnita entre as duas variantes: a gama, que é brasileira, e a delta, que chegou da Índia. Se a delta está explodindo no Rio, é difícil segurar um pico de terceira onda, pela densidade populacional e o fim do isolamento social em estados próximos, como São Paulo”, disse à jornalista Katia Passos.
A vereadora Renata Sousa (Psol-RJ) também comentou a ascensão da variante delta no Rio de Janeiro, através das redes sociais. “É um absurdo que o Rio de Janeiro, epicentro da variante Delta, mantenha normalmente o retorno às aulas e não tome medidas restritivas e preventivas mais severas. Temos que refletir urgentemente sobre essa grave situação da nossa cidade.” (RBA)